sexta-feira, 9 de março de 2012

Cuidado com o GOLPE
Distrito Policial 171
Estelionatários montam delegacia falsa no Centro de São Paulo para cobrar propina dos incautos






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Policiais cobrando propina são uma triste realidade em algumas delegacias brasileiras. O que jamais se imaginaria é que um dia a iniciativa privada resolvesse investir no lucrativo negócio da corrupção policial. Mas foi exatamente essa a idéia do doutor Jomateleno dos Santos Teixeira, delegado titular da 1a Delegacia do Cidadão, em São Paulo. Situada na Avenida Rio Branco, em pleno centro da capital, a 300 metros da Delegacia Seccional Centro, ela funcionava atendendo 24 horas por dia. Doutor Leno, como gostava de ser chamado, sentava-se engravatado atrás de uma escrivaninha e recebia cidadãos vítimas dos mais variados crimes. Lavrava boletins de ocorrência e, por fim, cobrava uma 'taxa' para acelerar as investigações, sempre algo entre R$ 200 e R$ 300. O detalhe é que Jomateleno, que é formado em Direito, jamais fez concurso para delegado – assim como nenhum de seus 12 assistentes. A delegacia não era um órgão governamental. E os BOs, que ostentavam até timbre, não valiam nada.
A 'delegacia' inventada por Jomateleno tinha placa e funcionou durante nove meses sem que ninguém atrapalhasse suas atividades. Chegou a despachar ofícios para a prefeitura – eles também cobravam para encaminhar queixas de poluição sonora e visual, além de reclamações sobre obras públicas e vizinhos incômodos. 'Não sei quantos documentos eles enviaram, mas foi muita coisa', conta Dirceu Marques da Cruz, funcionário da Administração Regional da Sé. Foi preciso que dois cidadãos lesados dessem telefonemas anônimos às autoridades e que um repórter do Jornal Nacional, da TV Globo, visitasse o local com uma câmera escondida para que a polícia – a de verdade – fechasse a arapuca, na semana passada. Preso, Jomateleno ainda tentou argumentar que a delegacia era 'uma organização não-governamental' e sua função social estava registrada em cartório. O delegado titular da repartição privatizada é estelionatário condenado em três processos e estava foragido. O 'corpo de investigadores' era formado por réus de 26 processos pelas infrações mais variadas, de apropriação indébita e lesões corporais até assalto a banco.



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